Final de semana

Estes finais de domingo começam a ficar dificeis. Este especialmente. A viagem hoje voou. Foram quase quatro horas que passaram eternamente a fugir. Continuava naquele banco até chegar ao infinito. A minha cabeça perdeu-se, como um pédulo, entre 1 e 2 e 1 e 2 e 1 e 2 e 1 e 2 e eu. E tudo o mais de 1 e 2 e 1 e 2 e 1 e 2 e 1 e 2 e eu. A música salvou-me as duas criancinhas que viajavam no banco da frente e que teimaram em não desligar a luz, no único percurso em que o condutor decidiu deixarnos na escuridão. Lá fora era noite, mas o céu estava claro. A lua enchia-o de uma cor de final de dia que teima em não terminar. Nos meus ouvidos e na minha cabeça estava difícil escolher o que me faria companhia. Este é o reflexo mais imediato do mal estar físico mental. 1albúmx2, abandono imediato, várias voltas ao disco, de Z a A e a Z e a A e a Z e a A, passagem por M, P, L, regresso atrás e ficar a bater nos clássicos 1+2+5+8+1+5+1+1+1+1+5+8=chegada. Estava desprotegida e fria. Confortou-me a carta de Espanha na caixa de correio. Não trazia ânimo, mas soube bem ainda ouvir alguém neste final de dia. Boa semana, e força, para quem dela precisar. Para os restantes, mantenham-se assim. Ou algo mais.