terça-feira, 11 de maio de 2010

"Empapada"

Lisboa está empapada.

Cheguei ao Metro, tinha acabado de fechar por 30 min, linhas verde e amarela.

Fui até ao Rossio, encontro um autocarro que me traz até Entrecampos, conseguindo, não sei como escapar-se a sua santidade (esta parte devia ser com maiúsculas, não?!).

A cidade está com um falso vazio. Serena, mas perturbada pelas dezenas de grades e fitas que enchem os passeios. As paragens de autocarro estão atrás dessas grades, as pessoas não têm como chegar ao autocarro. Que nos valham os motoristas da Carris e o seu bom senso de deixar as pessoas entrar metros à frente, quando as grades terminam junto ao semáforo.

Do Marquês até ao Tejo, apenas se vê carros de polícia e autocarros amarelos a circular. Nas avenidas novas havia batalhões de agentes da autoridade em cada esquina. Uns tinha uns saquinhos verdes na mão, fiquei curiosa para saber o que tinham dentro.

A minha cabeça acordou aliviada, mas o regresso à actividade está a deixar-me novamente o cérebro "empapado" pela tristeza que ontem despertou. Uma espécie de pântano emocional.

E hoje que até estava a pensar passar no Terreiro do Paço, só porque estes movimentos de massa me deixam sempre com pele de galinha, fico sem companhia e acelera o processo saco lacrimal.

Pronto, vou para o tango, altero a minha vida para que a consiga conciliar com a dos outros que amanhã, espero, terão então tempo para mim.

Valerá a pena mudar tudo pelos outros quando daí não sinto o mesmo?

Eis o meu lema de vida, que terá de começar a mudar... Esta coisa de "não sei quê" que não me apetece dizer o nome deixa-me assim vulnerável... Ainda mais.

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