sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Roma@night&day


Foi este o lema que nos moveu. E assim foi, a cidade vista de dia e noite em quase todos os locais.


Aqui ficam os percuros, algumas fotos e as experiências.

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A CHEGADA

22:00.
Cheguei ao destinho. Não cheguei ao hotel porque o meu primo estava sentado na esplanada do primeiro restaurante na rua do hotel. A localização não podia ser melhor, ao lado estava a Via dei Condotti.
Sentei-me e comi com ele, que estava muito ansioso pela apresentação do dia seguinte. Eu, logo que cheguei, manifestei interesse em ir dar um passeio rápido, mas a resposta foi: "Amanhã eu faço tudo! Hoje só consigo pensar na apresentação e preciso de dormir" - o relógio marcava 22h30, pensei o que seria de mim.... Sugeri ir ver, talvez, a Piazza di Spagna, já que estava a 15m do local onde estavamos sentados, pensando que se o conseguisse mover até ali, a Fontana de Trevi ficava a um passinho.
Sem pensar mais no assunto, fomos ao hotel fazer o meu check-in, deixar a mochila no quarto e lá seguimos para dar um passeio. A propósito do hotel, era muito simpático. Pequeno. Nós ficámos na rua ao lado, num prédio antigo, recuperado, com 4 pisos e 2 quartos em cada um. Perfeito.
Andando chegámos à Fonta de Trevi. De novo, a sensação que tive da primeira vez que lá estive. Esmagadora. Só ali se consegue ter aquela sensação, que sinto não ser capaz de transmitir a quem nunca lá esteve, tal como não o compreenderia se nunca lá tivesse estado e mo dissessem. À conversa, deixámo-nos ficar uma hora. Estava muito contente por ter ido. :)


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DIA 1

Saída: 10h45
Chegada: 18h15
Distância percorrida: 9km (aprox., sem incluir a visita exausta aos Museus Vaticanos)
Tempo a andar: 7h




Vermelho: a pé
Azul: de bus


O melhor: museus vaticanos sem ninguém
O pior: a dor que apareceu neste dia e ainda continua no meu pé direito... :(
A surpresa: a capela sistina
A desilusão: acho que não houve

Ia passar o dia todo sozinha e estava indecisa por onde começar. Por um lado, queria "despachar" (sim, era quase uma obrigação) os Museus Vaticanos; o meu primo tinha sugerido que fizesse um eixo da cidade estruturante da cidade (entre igrejas) e onde podia ver a cidade a mexer por si. No entanto, a minha prioridade era conhecer a parte sul. Saí do hotel, depois de ter tomado um MEGA pequeno-almoço, e quando chegasse à Via del Corso decidia se seguia para a esquerda ou direita.

Fui para Norte, comecei pela Piazza del Popolo e segui o percurso recomendado pelo arquitecto de serviço. De facto, foi muito interessante. Subi ao Monte di Trinita, vi a cidade do cimo da escadaria da Piazza di Spagna, segui por uma rua em recta, mas sempre a subir e descer... Vi outra Roma diferente da que horas mais tarde me esperava.




Vi outra Roma diferente da que horas mais tarde me esperava. Os turistas eram poucos e os carros inundavam as ruas, sempre a apitar e com uma considerável poluição no ar.



Passei por Quattro Fontane.



Encontrei um pequeno mercado de rua.



E cheguei à igreja de Santa Maria di Maggiore. Surpreendente não pela sua grandiosidade (é mesmo maior do que as outras), mas curioso pelo marketing católico que aqui se pratica. Então, descobri que há confessionários com uma luz vermelha que indica que o senhor padre está ocupado a perdoar alguém, pois imagino que não deverá estar a fazer o que sempre se associa a uma "luz vermelha". Mas, mais curioso ainda, é o facto de cada confessionário indiar as línguas que estão disponíveis para o pecador se confessar e o respectivo horário de funcionamento. Acho muito bem que o façam, a concorrência é muita e não se podem perder fregueses!


Depois de ter seguido o trajecto que me indicaram, confundi duas igrejas no mapa e fiquei-me pela primeira. Melhor assim, já que o principal estava visto. E agora? Estava numa ponta da cidade e queria ir para a oposta, sem que me apetecesse passar por alguns pontos como o Coliseu. E bingo! Enganei-me numa rua, fui parar a um grande espaço verde e comecei a ver umas janelas em série que me eram muito familiares. Lá estava ele, o não desejado... Rodeado de centenas e centenas de pessoas, das quais tinha conseguido fugir até ali... Não havia muito a fazer, apenas continuar por umas ruelas que encontrei e me levaram ao longo do Fórum de Trajano.

Outra recomendação, que também já pensava ver, foi o Monte Capitolino, cuja rampa foi desenhada por Miguel Angelo. Subi, vi, desci. O tempo começava a apertar para ir ver a Capela Sistina, mas aquele era o dia ideal para o fazer, pois o tempo estava molhado e no dia seguinte começava o fim-de-semana e a afluência seria maior, certamente.



Bem... Era melhor arriscar, mas não a pé. Perguntei se havia autocarro para o Vaticano por ali e lá apanhei um 81, que ia para a Piazza del Risorgimenti. Comprei uma sandes, comi-a enquanto corria para os Museus Vaticanos e eis que surge o maior momento do dia. NINGUÉM para entrar, NINGUÉM para comprar bilhete, só falta dizer ninguém a ver o museu, mas não. Talvez fosse quase verdade, uma vez que se circulava livremente e não em fila ditatorial. Mas a minha primeira reacção foi pensar que já tinha fechado quando cheguei à porta. Depois, ao entrar, parei atrás de um grande grupo de chineses, que mais não estavam do que na conversa. O meu cérebro ia preparado para uma hora de espera, como tal, tudo eram sinais de filas ou impedimentos. De facto, não. Entrei, passei, comprei o bilhete o visitei o museu todo. TODO. Sozinha, sem que ninguém me chateasse, nem sem aproximasse. Impressionaram-me as peças em bronze do séc. IX, e seguintes, a.C e alguns artigos pessoais de ouro tão bem conservados. Passei pela sala dos mapas, simplesmente linda, e vi uma tapeçaria que se movia consoante o lado em que a olhávamos (isto por ter ouvido a conversa alheia!).




A Capela Sistina já se avistava da janela, mas até lá chegar tive uma sala cheia de Chagal e Dali só para mim. É surpreendente como os quadros estão ali pendurados a olhar para as pessoas e nenhuma se digna a dar-lhes atenção... Todos corriam para ver a obra prima, mas eu, como achava que tinha de fazer render os 14 euros, decidi aproveitar a oportunidade de ali estar. E lá cheguei também à tão desejada, que é algo que nos prende de pescoço para o ar, minutos a fio. Sentei-me no banco de um lado da parede, observei... Depois mudei para o outro lado, observei e vi como é algo de irreal o que ali está pintado. Foi, sem dúvida, a grande surpresa destes dias.




Quando saí já estava meio morta... Arrastei-me pela rua que ia mais directa para o hotel, onde me ia juntar com o conferencista. Mas o final de tarde estava bom demais para ir para o quarto. Decido então ficar nas escadas da igreja em frente à rua onde estavamos. Ele havia de passar, e passou. É engraçado estar assim à espera de alguém sem que ela saiba, como se aquele fosse já um ponto de encontro habitual. Aí tomei consciência do meu corpo e vi como me doía tudo! Mal tinha comido, andei horas e horas seguidas e os pés não cabiam nos sapatos.
Mesmo assim, o caminho continuava para Campo de Fiori, onde iriamos jantar e comer um magnífico gelado, sentados na Piazza Navona. Quase a chegar a casa, um desvio para mais uma hora de conversa na F. de Trevi, ver as pessoas, as suas excentricidades e deitar umas moedas para a fonte, sem saber muito bem qual era o seu significado. É o clichet, faz parte!

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DIA 2

Hora de saída: 10h45
Hora de chegada: 00h30
Distância percorrida: 11km (mais de)
Tempo a andar: indeterminado, devido às sucessivas paragens



O melhor: Trastevere
O pior: a Piazza Navona de dia, perdeu o encanto da noite anterior
A surpresa: o restaurante onde havia, e comi claro, uma pizza sem queijo!!!
A desilusão: o Coliseu sem iluminação à noite
A noite tinha sido de um merecido descanso e a manhã acordou solheira, vestiu a cidade com cores coloridas, diferentes das do dia anterior. Apetecia-me sair para a rua, apesar das muitas dores nas pernas e, sobretudo, nos pés, que se sentiam amordaçados dentro dos sapatos.
Tomei outra fantástico pequeno-almoço (desta vez ainda apanhei croissants, no dia anterior não - diga-se que chegava na hora limite... típico!) e fui a uma loja por onde tinha passado no dia anterior e que tinha um casaco igual ao que há uns tempos andava a idealizar na minha cabeça. A hora combinada para sairmos - hoje ia ter companhia - era 12h00, o que ainda me deixa um tempinho para passear calmamente. Entrei numas quantas igrejas e espreitei outras tantas portas e páteos, bem como umas lojas, e à hora combinada lá estava sentada no ponto de encontro. Estava calor, perfeito. Trastevere esperava-nos.


O primeiro objectivo do dia era ir à Via dei Portoguesi ver a Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma. Apesar de estar em Itália, a igreja tem o mesmo horário que em Portugal, como tal, batemos com o nariz na porta... Teriamos de voltar no dia seguinte.



Rumo à Piazza Navona, passagem por uma manif de putos, Panteão... Aqui parei. Já não me lembrava bem como era, tinha uma ideia diferente. Acho que fixei o buraco no tecto e esqueci o que estava por baixo. Era mais bonito na imagem que tinha criado na minha cabeça, por isso voltei a concentrar-me no buraco. Aí, desejei que o São Pedro dissesse Olá, mas o sol teimava em ser rei dos céus.


Continuámos para a igreja de Gesu (ou qualquer coisa parecida), Guetto, à beira-do-fundo-rio e Isola, à beira-do fundo-rio, Palácio Farnese, Campo de Fiori (a fome a chegar) à beira-do-fundo-rio e Trastevere, onde decidi(mos) almoçar. E, por acaso, escolhendo uma das várias ruelas que estavam à nossa frente, seguimos uma outra que nos levou a uma pequena praça onde estivemos duas horas a almoçar... O descanso do guerreiro! Na Piazza di Santa Maria en Trastevere, a qual elegi como o meu local preferido na cidade pela dimensão humana que tem, que nos convida a sentar e estar, estava a respectiva igreja. E dentro dela um Santo Antoninho cheio de pedidos dos seus devotos. Li um, por curiosidade, que estava meio aberto, e pedia saúde para todos, etc., etc... E eu que pensava que ao Sto. António só se pedia um marido!! Estamos sempre a aprender... ;)


A passagem por aqui foi curta, pois tencionávamos sair do mapa para ir a Piramide. E, atravessando Trastevere e seguindo pela Via Portuense, chegámos lá. Afinal Roma também sabe ser uma cidade como todas as outras, banal, com pessoas e não turistas. A pirâmide lá estava, enorme. Parecia caída do espaço, como se tudo o que a rodeia já lá estivesse antes da sua queda. Gostei.



Começava o regresso para não sabiamos bem onde... O caminho seria longo, o corpo queria parar, mas lá nos aguentámos. Pelo caminho, o recinto que receberia no dia seguinte os 2,5 milhões de manifestantes. A festa pareceia estar a começar, havia música, mas não pessoas.


Em frente, seguir. Lá muito longe estaria o Coliseu. E estava, mas as luzes não. Esperámos, o meu primo deu-me todas as desculpas e tentou convencer-me de que aquela era a iluminação habitual, mas não. Em fundo, a música da Champions League tocava infinitas vezes. Vinha-me à memória os momentos de tv que não vejo, mas nos quais sei que a música toca... No Coliseu eram projectadas imagens de atletas de todos os tempos. Mais à frente descobri que a final da taça será em Roma, em Agosto...
Tentámos entrar no fórum, fechado. Desiludidos, iamos até ao Capitólio, esse deveria estar aberto.


Depois de descansarmos sob o olhar do Marco Aurélio, cumprimentámos o Victor Emanuel e subimos o Corso.
Sem fome, com sono, cansada, queria dormir, mas não o desejava. Nessa noite trocámos a fonte pelas escadas, subimo-las e descemo-las, quais estrelas na passerelle e fomos para o hotel quando grupos decidiram começar a tocar viola e a cantar aquelas músicas que já tiveram os seus dias.

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DIA 3
Hora de saída: 12h
Hora de chegada: 1h
Distância percorrida: 7km (talvez...)



O melhor: as havianas no pé! :)
O pior: passar o dia sozinha
A surpresa: um miúdo australiano que não conhecia Portugal, nem sabia muito bem os países da Eurpoa
A desilusão: uma sandes e um capuccino = €8,10
Sem saber o que fazer, o corpo pedia que não fizesse nada. Fui ver a igreja dos portugueses, fui ao supermercado, passei nas lojas, voltei atrás para comer qualquer coisa, na ilusão que seria barato (era bom, mas não barato), fui ao hotel deixar as compras, descansei meia-hora e voltei a sair.


Ia ser um dia muito, muito calmo. E longo. Já não havia muito para ver, agora era apenas estar. Voltei ao Campo de Fiori, mas já não apanhei o mercado. A praça é engraçada, mas para estar na esplanada. Dado ter gasto muito mais do que poderia imaginar na sandes+capuccino, restava-me a fonte para me sentar. Não gostei, não me podia encostar, e fui para a praça ao lado, a de Farnese. Ali fiquei quase uma hora a ver uma família jogar ao disco, à bola, muito animados. Ao meu lado estavam umas crianças que não tinham mais de 12 anos, apenas sentados a conversar e descobrir o que é namorar.

Andei até à Isola, por umas vielas sujas e feias, interessantes pelo seu desinteresse. Passei num supermercado para comprar aqua frizante (não gosto, mas tinha de a beber) e entrei em Trastevere pela Isola. Segundo o meu primo, o guia diz que é por aí que se deve entrar no bairro. Como não tinha nada para fazerm, fui. Optei pelas ruas mais recatadas, encotrei uma padaria onde comprei uns biscoitos óptimos e já do outro lado da Via de Trastevere fui ter a um centro de apoio a pessoas necessitadas, que mais parecia um armazém abandonado em tempo de guerra. Achei que se calhar era melhor ir para a rua dos turistas, pois o cenário tornou-se drasticamente mau.


Sem grandes ondas, lá cheguei à praça principal onde fiquei mais uma hora a ouvir trovões e à espera que a chuva chegasse. Safei-me! Fui ver o Museu di Roma en Trastevere, já que tinha uma entrada grátis, escolhi o restaurante entre as dezenas que existem e voltei para a fonte da praça. O meu primo chegava ao pé de mim às 9 da noite, finalmente. Jantámos na melhor experiência italiana.


Regresso para o centro... Conversa, gelado em Campo di Fiori, comê-lo na Piazza Navona... De regresso ao hotel, fomos espreitar a escadaria, mas desta vez ficámos na fonte que está no meio da praça. A hora mudava nessa noite, tinhamos um bónus de sono! De manhã, pequeno-almoço e aeroporto.
E assim foi Roma. :)

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4 Comments:

Blogger inesinho said...

Ah,bella Roma! Apetece voltar! Eu acho que é mesmo uma das melhores cidades do mundo! ;)

8:45 da manhã  
Blogger a.i. said...

bem, se ontem o relato falado já tinha sido bom, este é perfeito! és tão cómica a contar as coisas...! e o meu comentário à tua Roma é...:os monumentos já vi mais do que uma vez (mas no verão com calor, o que não é tão agradável), fica a inveja das PIZAS! MASSAS! e sobretudo dos enormes, baratos e maravilhosos GELADOS (nham nham! águra na boca...) italianos!

3:56 da tarde  
Blogger a.i. said...

então e amanhã? vais a pé para barcelona! LOLOLOL! isso é que vai ser um relato! haha prepara-te para pôres aqui uma imagem do percurso a vermelho e depois tens de pedir uns emplastros extra ao teu prof/chefinho....

4:10 da tarde  
Blogger CL said...

A pé já não vou. Agora, onde vou dormir ainda não sei!

6:27 da tarde  

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