terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

4 anos depois

Saio desta casa diferente do que entrei. Sem dúvida.

Quase tudo está ensacado, pronto para mudar de morada. A sensação de que uma vida cabe em tão pouco. Mas não é uma vida. São só uns anos aqui vividos e mais uns restos que que vão ficando pendurados como terra de ninguém, porque isto de não ter poiso definitivo leva a que já pouco lixo se carregue de umas casas para as outras.

Não sinto a casa vazia. Um pouco menos composta, mas ainda assim arranjada. Está clarificada.

Por arrumar, as coisas do dia-a-dia, as que são delicadas pelo material e as que ainda nem na minha cabeça se calhar estão no sítio certo. Uma estante vazia e uma fotografia pendurada, aquela que me vinha à cabeça como sendo a única a precisa de ser embalada, como se ela fosse uma estante completa. E é apenas uma moldura.

Quando aqui cheguei, começava a caminhar no tango. Hoje saio ao som da Kizomba. Levo o corpo, quero dar-lhe a alma, mudo-me para África, e que à casa chegue o Senhor da Ilha.

Sabura!